António Galvão em 1563 transcreve um relato em que dá conta do prévio conhecimento do Estreito de Magalhães, então conhecido como cauda do Dragão:
No ano de 1428 diz que foi o Infante D. Pedro a Inglaterra, França, Alemanha, à Casa Santa, e a outras daquela banda, tornou por Itália, esteve em Roma, e Veneza, trouxe de lá um Mapamunde que tinha todo o âmbito da terra, e o Estreito de Magalhães se chamava "Cauda do Dragão", o Cabo de Boa Esperança: "Fronteira de África", e que deste padrão se ajudara o Infante D. Henrique em seu descobrimento. Francisco de Sousa Tavares me disse que no ano de 1528 o Infante D. Fernando lhe mostrara um Mapa que se achara no Cartório de Alcobaça que havia mais de cento e vinte anos que era feito, o qual tinha toda a navegação da Índia, com o Cabo de Boa Esperança, como as de agora, se assim é isto, já em tempo passado era tanto como agora, ou mais, descoberto.
[29335] António Galvão (1563). Tratado que compôs o nobre & notauel capitão Antonio Galuão. [S.l.]: João da Barreira. p. 18 Biblioteca Nacional de Portugal 01/01/1563
Essa parte inferior que era "coisa", porque escrava, ou que era tratada como bicho, como nós tratamos gente camponesa, a gente que está por baixo, a gente miserável, essa gente que estava por baixo, foi despossuída da capacidade de ver, de entender o mundo. Porque se criou uma cultura erudita dos sábios, e se passou a chamar cultura vulgar a cultura que há nessa massa de gente.
Data: Fonte: José Viana de Oliveira Paula entrevista Darcy Ribeiro (1922-1997)*