Uma das cidades mais antigas do MS, Miranda completa hoje 242 anos, arapuanews.com.br
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Miranda, considerada uma das cidades mais antigas de Mato Grosso do Sul tendo sua história com relação a Guerra do Paraguai, completa hoje (16) 242 anos de fundação.Nesse ano, uma comemoração diferente de anos anteriores, onde acontecia uma programação recheadas de eventos, mas com a pandemia do novo Coronavirus Covid-19, a data passará sem festas, sem parque de exposições e atrações artísticas.A prefeitura Municipal de Miranda, decretou ponto facultativo nos dias 16 e 17 de julho. Os órgãos públicos estarão fechados nessas datas por conta do feriado aniversário de Miranda e ponto facultativo, conforme estabelecido nos termos do Decreto nº 2849, de 08 de julho de 2020.Os serviços essenciais como coleta de lixo continuam funcionando, conforme cronograma já estabelecido pela Secretaria de Obras.Nestes dias, atendimentos de saúde serão realizados exclusivamente no Hospital Municipal Renato Albuquerque Filho.História
A região onde hoje está situada a cidade de Miranda começou a ser palmilhada pelos espanhóis ainda no século XVI. Aleixo Garcia, náufrago da expedição de Juan Dias Solis, viveu por cerca de oito anos entre os índios da Ilha de Santa Catarina, tendo ouvido falar de uma região onde havia muita prata, o atual Peru.
Em 1525 Aleixo organizou uma expedição com centenas de índios e, partindo da ilha, atravessou a região onde hoje são os estados de Santa Catarina e Paraná, entrando no atual Mato Grosso do Sul, ultrapassando a Serra de Amambai/Maracaju e descendo o rio Miranda até alcançar o rio Paraguai. Adentrando o território onde hoje é a Bolívia, conseguiu prata e cobre, mas não sobreviveu à viagem de retorno. Assim, Aleixo Garcia foi o primeiro europeu a passar por esta região.
Mais tarde os espanhóis tentaram assegurar a posse de toda a região onde atualmente se encontra o Mato Grosso do Sul com a fundação da cidade de Santiago de Xerez, por Ruy Dias de Gusman, erigida inicialmente nas proximidades da confluência do rio Ivinhema com o rio Paraná, em 1593, porém posteriormente transladada para a margem do Aquidauana, por Ruy Dias de Melgarejo. Com o acirramento do bandeirantismo, no início dos anos seiscentos, e com a destruição do Guairá, em 1628, jesuítas e bandeirantes se voltam para a região conhecida como Província Teocrática do Itatim, com vistas nos últimos povos Guarani da região.
O Itatim era uma região compreendida entre os seguintes limites naturais: a leste, a Serra de Maracaju, a oeste o rio Paraguai; ao sul o rio Apa e ao norte o rio Taquari. A palavra Itatim tem sua origem na língua guarani (ita = pedra e tin, contração de morotin = branca) e seu significado é Pedra Branca.A despeito das experiências prévias com os Itatim aldeados anteriormente, os jesuítas começaram a catequese no Itatim em 1632, com a redução de índios Ñuara, que ocupavam o rio Miranda, na missão de San Jose de Yacaroy. Todavia, logo depois, com o apoio dos colonos de Xerez, uma bandeira comandada por Ascenso Quadros assaltou várias aldeias na região, causando uma série de prejuízos. Mesmo assim, a obra missioneira continuou e, depois de muitos reveses, logrou algum progresso, até que, em 1647, Antônio Raposo Tavares, acompanhado por André Fernandes, desestabilizou as Missões do Itatim.Procurando impedir o avanço espanhol em direção às minas de Cuiabá, onde fora descoberto ouro em 1719, pelo bandeirante paulista Pascoal Moreira Cabral, fundou-se um presídio, mais tarde transformado em Forte Coimbra, abaixo da embocadura do Mbotetei, em 1775. Um ano mais tarde, João leme do Prado faz o reconhecimento dos rios da região, encontrando vestígios de Santiago de Xerez nas proximidades da confluência dos rios Mbotetei (Miranda) e Arariani (Aquidauana).O rio Mbotetei passou a ser o rio Mondego, nome dado por João Leme do Prado. Em 1778 João Leme do Prado foi enviado novamente a região para sua povoação. O governador da província era Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres A finalidade de povoar a região era de evitar que os espanhóis tentassem de novo entrar em terras brasileiras pelo rio Mondego.Após realizar longas viagens no rio Mondego, João Leme do Prado e um grupo de pessoas desembarcaram na margem direita do rio (atualmente próximo à ponte do rio Miranda), escolhendo um sítio razoavelmente limpo para iniciar uma povoação e futuramente erguer um presídio. Estavam lançados os alicerces da vila Mondego (Miranda), precisamente no dia 16 de Julho de 1778.Em 1797 o Capitão Francisco Rodrigues do Prado foi encarregado da missão da fundação e construção do Presídio (fortificação), tendo escolhido o mesmo local onde, dezenove anos antes, seu irmão dera início à colonização da região e fundado o povoado de Nossa Senhora do Carmo do Rio Mondego. Francisco Rodrigues do Prado desembarcou no povoado de Mondego em 15 de outubro e no dia 20 de outubro escolheu o local da construção do Presídio, 600 metros da beira do Rio Mondego, para fugir aos efeitos das inundações. Doze dias foram suficientes para a desmate, limpeza do terreno, construção de ranchos para abrigo dos trabalhadores. A seguir, como era do estilo, para assinalar o inicio dos trabalhos, o comandante da expedição Francisco Rodrigues do Prado plantou a primeira estaca da paliçada e hasteado o pavilhão das quinas. O dia 03 de Novembro foi à data da fundação do Presídio de Miranda, 19 anos depois da fundação do povoado.O novo povoado crescia vagarosamente, lutando, sobretudo contra a falta de melhores meios de navegação pelo rio Mondego (atual rio Miranda), sobrevivendo apenas pelo ideal daqueles que lançaram suas fundações. A manutenção do povoado era penosa, mas, de qualquer maneira, avançava em progresso, haja vista, que em 1797, quando foi construído o presídio, o número de casas de adobe (tijolo cru) e pau a pique se elevava a mais de 40 (quarenta), todas cobertas de telhas, já algumas obedecendo a um traçado de rua cuja principal denominava de rua “Nossa Senhora do Carmo”, (atualmente rua do Carmo), bastante extensa, indo mesmo atingir a margem do rio. O povoado contava com mais de 500 habitantes, entre os quais razoável número de índios pacificados. Entre as edificações existentes, destacava-se a igreja de adobe sob a invocação de Nossa senhora do Carmo, mais tarde elevada a categoria de Matriz.Já em 1834 Miranda atrai famílias oriundas do norte de Mato Grosso, entre elas estão os principais empreendedores da época, como: Alves Ribeiro, João Prado, João da Costa Lima, José Gomes Caetano Albuquerque e Salvador Santos.Por vários anos Francisco Rodrigues do Prado, empenhou-se em conseguir a elevação da localidade à categoria de Vila, o que foi conseguido somente em 30 de Maio de 1857, por Lei Provincial, recebendo, então o nome de Miranda, em homenagem ao ex- Governador da Província de Mato Grosso Caetano Pinto de Miranda Montenegro.A Fazenda Imperial (Betione) começou a ser instalada em 1853, por determinação do Imperador D. Pedro II, para abastecer as guarnições militares da região, tendo sido definitivamente organizada em 1857.O progresso que vinha sendo conhecido pela vila de Miranda foi bruscamente cortado com a Guerra do Paraguai. Depois de ser pressionado pelo Brasil, Uruguai e Argentina, obedecendo jogada política da Inglaterra, o Paraguai invadiu a Argentina e o Brasil.Os homens de Francisco Izidoro Resquim, num total de cinco mil soldados, invadiram Mato Grosso, com uma coluna chagando até Miranda. A invasão se deu em 28 de dezembro de 1.864, por Bela Vista, tendo as tropas paraguaias chegando à vila de Miranda em 12 de janeiro de 1.865, causando destruição e se apropriando a maioria do gado e cavalos existente na Fazenda Imperial do Betione.Importantes nesse período foram os índios da região que, influenciados e exercitados pelo furriel Pires e por Vilas Boas, procuravam por meios estratégicos de que dispunham hostilizar os invasores, obrigando-os a ficarem constantemente em alerta.Frei Mariano de Bagnaia refugiou-se com os paroquianos às margens do rio Miranda na localidade chamada Salobra. Como tivesse cuidados pela sua paróquia de Miranda invadida, Frei Mariano saiu do esconderijo e tentou implorar clemência. Nada conseguiu, pelo contrário, foi preso e levado a Nioaque, depois para as margens do rio Apa e em seguida para Assunção. Graças a sua nacionalidade, italiana, anos mais tarde foi solto, tendo falecido na cidade de Campos Novos Paulista, interior de São Paulo.Por Lei Provincial de 07 de Outubro de 1871 a Vila de Miranda foi elevada à categoria de Município de Miranda, pertencendo-lhe ainda todo o território que hoje compreende os municípios de Aquidauana, Rio Brilhante, Dourados, Ponta Porã, Nioaque, Amambaí, Bela Vista, Porto Murtinho, Bonito, Paranaíba, Jardim, Guia Lopes da Laguna e Três Lagoas, sendo então o maior município de Mato Grosso, em extensão territorial, no Sul da Província (Estado).Se nos primeiros 150 anos de existência de Miranda o rio foi meio de transporte e que teve sua construção iniciada em 1905 na cidade de Bauru, passando por algumas mudanças em seu traçado nos anos de 1907 e 1908. Segundo o traçado definitivo, a ferrovia deveria chegar até Corumbá, na fronteira sul-mato-grossense com a Bolívia, o que só ocorreu na metade do século. Em 1914, foi concluído o trecho principal, ligando Bauru às margens do rio Paraguai, no local chamado Porto Esperança; o trecho restante, até Corumbá, somente foi concluído em meados da década de 195o.A estação de Miranda foi inaugurada em 31 de dezembro de 1912, tendo sido restaurada, primeiro pela Prefeitura Municipal e depois pelo Governo do Estado, abrigando hoje as secretarias de Turismo, Meio Ambiente e Recursos Hídricos; e de Habitação, assim como o Departamento Municipal de Trânsito – DEMUTRAN.Com as mudanças em relação à Estrada de Ferro, ganhou importância a BR-262, que faz a ligação Corumbá/Bolívia e a região Sudeste do Brasil.
• Pessoas (3): Aleixo Garcia (f.1526); Francisco de Chaves (25 anos); Martim Afonso de Sousa (25 anos)
• Temas (11): Assunguy; Caminho até Cananéa; Caminho do Peabiru; Lagoa Dourada; Ouro; Pela primeira vez; Peru; Porto dos Patos; Rio dos patos / Terras dos patos; Sabarabuçu; Sertão dos Patos
• Cidades (4): Cananéia/SP; Miranda/MS; Piedade/SP; Sorocaba/SP
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.