'De livros a kit robótica: empresas ligadas à Prefeitura de Sorocaba são citadas em investigações da PF e MP, além de responder a ações judiciais. Por Marcel Scinocca e Wilson Gonçalves Junior, g1 Sorocaba e Jundiaí 0 25/05/2023 Wildcard SSL Certificates
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   25 de maio de 2023, quinta-feira
De livros a kit robótica: empresas ligadas à Prefeitura de Sorocaba são citadas em investigações da PF e MP, além de responder a ações judiciais. Por Marcel Scinocca e Wilson Gonçalves Junior, g1 Sorocaba e Jundiaí
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  


A relação comercial entre a Carthago Editorial, que vendeu os kits de robótica para a Prefeitura de Sorocaba (SP), e as empresas da família do empresário Wilson José da Silva Filho, que mantém a exclusividade do produto oferecido ao município, é antiga e gera problemas na Justiça há mais de uma década. Há pelo menos quatro contratos entre essas empresas, inclusive, dois de Sorocaba, que foram ou estão sendo questionados na Justiça.

O g1 revela esse histórico. Em 2016, quando o Ministério Público do Estado de Pernambuco entrou na Justiça com uma ação de improbidade administrativa contra a empresa e a secretária da educação da cidade de Cabo de Santo Agostinho, da época. A acusação, que ainda tramita no Tribunal de Justiça de Pernambuco, é referente a uma contratação considerada irregular para aquisição de livros paradidáticos e que teria gerado um prejuízo de mais de R$ 3,7 milhões aos cofres públicos do local.

A mesma contratação, ocorrida em 2011, gerou uma multa de R$ 4 mil à então secretária da época junto ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). Uma auditoria especial realizada pelo órgão apontou que a Carthago havia adquirido os livros da Expansão Empreendimentos Editoriais Ltda., empresa que pertence também a família de Wilson, assim também como a Geek Educacional, a detentora do kit de robótica vendido para a Prefeitura de Sorocaba por meio da Carthago.

Na ação civil pública de Cabo de Santo Agostinho, o MPPE apontou que a empresa Carthago Editorial foi vencedora do pregão presencial, no valor do contrato de R$ 35,1 milhões. O preço pago foi de R$ 1.947,00, por coleção, dos quais foram, efetivamente, pagos R$ 5,9 milhões, com total correspondente a 4.008 coleções.

De acordo com o MP do Pernambuco, os auditores do Tribunal de Contas, ao analisarem o processo licitatório, identificaram diversas irregularidades, com resultado de prejuízo ao erário calculado na época de R$ 3,7 milhões.A primeira irregularidade apontada no relatório de auditoria do TCE/PE, citado pelo MP, corresponde à constatação de que a quantidade adquirida da coleção foi desnecessária. Segundo o MP pernambucano, a Secretaria de Educação do Município do Cabo de Santo Agostinho não conseguiu comprovar a necessidade de aquisição de quantidade tão elevada de coleções.O MP apontou que a compra feita pelo município contrariou até mesmo o parecer pedagógico emitido por equipe técnica da própria secretaria municipal de Educação.Outra grave irregularidade, descreve o MP, é que foi apontada pela auditoria do Tribunal de Contas de Pernambuco a falta de critérios objetivos para embasar a escolha da coleção da editora Carthago.“Isso porque a coleção ‘A Criança na Escola e na Sala de Aula’ foi escolhida pela Secretaria de Educação do Município sem que houvesse qualquer justificativa para a decisão, mesmo que no mercado houvesse tantas outras coleções de diversas editoras, inclusive, com preços mais competitivos e atraentes ao cobrado à editora Carthago, vencedora no certame”, diz trecho da denúncia.Nesta ação, constam como acusados a empresa Carthago e o seu proprietário Omar Freddi.

Operação Prato Feito

A operação Prato Feito, realizada pela Polícia Federal (PF), em 2018, foi citada na denúncia do Ministério Público de Sorocaba, que culminou no afastamento do secretário de Educação de Sorocaba, Marcio Carrara, e no bloqueio de bens do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) e também de Carrara.

O relatório da Polícia Federal, com relação ao município de Mauá, cita o chamado “Núcleo Wilson”, de livros paradidáticos. O documento relata as empresas Expansão Empreendimentos Editoriais Ltda. e Geek Educacional. Elas são pertencentes aos familiares de Wilson José da Silva Filho e, de acordo com a PF, as empresas simulam concorrência em procedimentos licitatórios junto ao Poder Público.“Observou-se que Wilson se utiliza de terceiros e uma gama de empresas que simulam orçamentos e concorrências junto ao Poder Público. Nessa investigação, teria coordenado fraudes em procedimentos licitatórios nas Prefeituras de Barueri, Paulínia e Mauá. Desvendou-se, segundo a investigação, que Wilson se utiliza de membros de sua família para participar da sociedade de diversas empresas, todas para fornecimento de material didático”, diz o relatório da PF.Na Prato Feito, existe citação da empresa Carthago, porém quem responde a acusação é Wilson, sua esposa e seus filhos.Outras ligaçõesOutra denúncia em relação ao processo do TCE/PE é que Eliene da Silva Moreira, que aparece tanto na operação Prato Feito, como na denúncia de Sorocaba, é proprietária de uma das empresas que participou das licitações na cidade, em 2021, a Tempo Integral Projetos Educacionais. Em Pernambuco, no processo do TCE/PE, ela aparece como representante da Expansão, que é de propriedade da família de Wilson.A Carthago responde a três ações e o empresário Wilson responde ações em diversas cidades, por causa da operação Prato Feito.CitadosA Prefeitura de Sorocaba, assim como a Carthago e o empresário Wilson José da Silva Filho não responderam aos questionamentos do g1 até a última atualização desta reportagem.Eliene da Silva Moreira não foi localizada pela reportagem. Nenhum representante das empresas Tempo Integral, Expansão Empreendimentos Editoriais Ltda. e Geek Educacional foi localizado para tratar sobre o assunto.


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O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.

Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?



Quantos ou quais eventos são necessários para uma História?
Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.


Mary Del Priori, historiadora:

Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.

Lia Calabre, historiadora:

A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]

Quantos registros?

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:

- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).

- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.

- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.

- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.

- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.

- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.

Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.

Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.

Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.


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