IDENTIDADE NACIONAL NA PINTURA DE GLAUCO RODRIGUES (1971), ROBERTA RIBEIRO PRESTES
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Glauco Rodrigues. Sábado, 25 de abril de 1500. “...Alí andavam entre eles três ou quatromoças, bem moças e bem gentis...”, 1971. Tinta acrílica sobre tela, 73 x 60 cm. ColeçãoParticular de José Scarano. Imagem cedida por Norma Estellita Pessôa. (carta 10)Glauco Rodrigues. Sábado, 25 de abril de 1500. “...Alí por então não houve mais fala nementendimento com eles, por a barbárie ser tamanha...”, 1971. Tinta acrílica sobre tela, 73 x60 cm. Coleção José Carlos Cabral de Almeida. Imagem cedida por Norma Estellita Pessôa.(carta 11)Glauco Rodrigues. Sábado, 25 de abril de 1500. “... e certo era tão bem feita e tãoredonda, e sua vergonha (que ela não tinha) tão graciosa.... Nenhum deles era circunciso,mas, todos assim como nós”, 1971. Tinta acrílica sobre tela, 73 x 60 cm.Coleção Marcello Jefferson. Imagem cedida por Norma Estellita Pessôa. (carta 12)Glauco Rodrigues. . Domingo de Pascoela, 26 de abril de 1500. Primeira Missa no Brasil.“...determinou o Capitão de ir ouvir missa e pregação naquele ilhéu. Mandou a todosos capitães que se aprestassem nos batéis e fossem com ele. E assim foi feito.”, 1971(detalhe). Tinta acrílica sobre tela, 81 x 100 cm. Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio deJaneiro. Disponível em: VERRISSIMO, Luis Fernando, 1989, p. 82. (carta 13)Glauco Rodrigues. Domingo de Pascoela, 26 de abril de 1500. “...levantaram-se muitosdeles, tangeram corno ou buzina e começaram a saltar e dançar um pedaço”, 1971. Tintaacrílica sobre tela, 60 x 73 cm. Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro. Imagemcedida pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. (carta 14)Glauco Rodrigues. Domingo de Pascoela, 26 de abril de 1500. “...Andava aí um quefalava muito aos outros que se afastassem, mas não que a mim me parecesse que lhe tinhamacatamento ou medo”, 1971. Tinta acrílica sobre tela, 60 x 73 cm. Coleção GilbertoChateaubriand, Rio de Janeiro. Imagem cedida pelo Museu de Arte Moderna do Rio deJaneiro. (carta 15)Glauco Rodrigues. Domingo de Pascoela, 26 de abril de 1500. “...andávamos por aí vendoa ribeira,a qual é de muita água e muito boa. Ao longo dela há muitas palmas... em que hámuito bons palmitos”, 1971. Tinta acrílica sobre tela, 73 x 60 cm. Coleção Maria Izabel Alvesde Lima Salem. Imagem cedida por Norma Estellita Pessôa. (carta 16)Glauco Rodrigues. Segunda-feira, 27 de abril de 1500. “...E o capitão mandou... quefossem lá andar entre ...Foram-se lá todos, e andaram entre eles...foram bem uma légua emeia a uma povoação...”, 1971. Tinta acrílica sobre tela, 81 x 100 cm.Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro. Imagem cedida pelo Museu de ArteModerna do Rio de Janeiro. (carta 17)Glauco Rodrigues. Terça-feira, 28 de abril de 1500. “...E creio que o faziam mais por verema ferramenta de ferro com que a faziam do que por verem a cruz, porque eles não tê coisa deferro seja...”, 1971. Tinta acrílica sobre tela, 60 x 73 Coleção Érico Verissimo. Imagemcedida por Norma Estellita Pessôa. (carta 18)Glauco Rodrigues. Terça-feira, 28 de abril de 1500. “...Eu, creio, Senhor, que ainda não deiconta aquí a Vossa Alteza da feição de seus arcos e setas.”, 1971. Tinta acrílica sobre tela, 38x 55 cm. Coleção Particular. Imagem cedida por Norma Estellita Pessôa. (carta 19) [Página 121]
Glauco Rodrigues. Quarta-feira, 29 de abril de 1500. “... O Capitão ontem mandou que em toda maneira lá dormissem, volveram-se já de noite, por eles não quererem que lá ficassem”, 1971. Tinta acrílica sobre tela, 60 x 73 cm. Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro. Imagem cedida pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. (carta 20)
Glauco Rodrigues. Quinta-feira, 30 de abril de 1500 “...Andavam já mais mansos e segurosente nós, do que nós andávamos entre eles. ...certo, esta gente é boa e de boa simplicidade. Eimprimir-se-á facilmente neles qualquer cunho, que lhes quiserem dar.”, 1971. Tinta acrílicasobre tela, 60 x 73 cm. Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro. Imagem cedida peloMuseu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. (carta 21)Glauco Rodrigues. Sexta-feira, 1º de maio de 1500. (dito o da posse e 2ª Missa) “... saímosem terra, com nossa bandeira; e fomos desembarcar... onde nos pareceu que seria melhorfincar a cruz, para melhor ser vista... fincada a cruz, com as armas e a divisa de VossaAlteza... armaram altar ao pé dela...”, 1971. Tinta acrílica sobre tela, 60 x 73 cm. ColeçãoParticular. Imagem cedida por Norma Estellita Pessôa. (carta 22)Glauco Rodrigues. Sexta-feira, 1º de maio de 1500 “...Como Nicolau Coelho trouxessemuitas cruzes de estanho com crucifixos... houveram por bem que se lançasse uma aopescoço de cada um”, 1971. Tinta acrílica sobre tela, 73 x 60 cm. Coleção GilbertoChateaubriand, Rio de Janeiro. Imagem cedida pelo Museu de Arte Moderna do Rio deJaneiro. (carta 23)Glauco Rodrigues. Sexta-feira, 1º de maio de 1500. “...Esta terra, Senhor, me parece que...será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa.”, 1971. Tintaacrílica sobre tela, 60 x 73 cm. Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro. Imagemcedida pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. (carta 24)Glauco Rodrigues. Sexta-feira, 1º de maio de 1500. “...Nela, até agora não pudemos saberque haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou de ferro...”, 1971. Tinta acrílicasobre tela, 60 x 73 cm. Coleção Particular. Imagem cedida por Norma Estellita Pessôa. (carta25)Glauco Rodrigues. Sexta-feira, 1º de maio de 1500. “... querendo-a aproveitar, dar-se-á nelatudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar me pareceque será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente de Vossa Alteza em ela develançar.”, 1971. Tinta acrílica sobre tela, 81 x 100 cm. Coleção Gilberto Chateaubriand, Riode Janeiro. Imagem cedida pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. (carta 26)Gravura de Caravela Portuguesa do século XVI. IN: BARRETO, Luís Felipe e GARCIA,José Manuel. Portugal na abertura do mundo. p. 74Hans Staden. Dança das mulheres ao redor de Hans Staden, em Ubatuba. Disponível em:STADEN, Hans. Duas Viagens ao Brasil, 2010. P. 73.Hans Staden. Pesca Corda que chamam de muçurana, ao lado de uma ibira-pema. (detalhe).Disponível em: STADEN, Hans. Duas Viagens ao Brasil, 2010. P. 163. [Página 122]
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.