A TEIA MERCANTIL: NEGÓCIOS E PODERES EM SÃO PAULO COLONIAL (1711-1765), de Maria Aparecida de Menezes Borrego
2006 Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
•
•
Capítulo 1: Os vestígios mercantis nos impressos e manuscritos
Em 23 de dezembro de 1766, D. Luiz Antonio de Souza Mourãoescreveu uma longa carta ao Conde de Oeiras, com vistas a informá-lo sobre oestado da capitania de São Paulo recém-restaurada. Sua atenção recaía sobreo “mau método da lavoura que em toda a parte se pratica, fundando-sesomente no uso das roças de Mato Virgem”12.
De acordo com suas observações, as práticas empregadas no cultivo dosolo eram as principais responsáveis pela falta de religião, de sociedade e deaplicação da justiça aos povos. Embrenhados nas matas em busca da terravirgem, os homens distanciavam-se cada vez mais dos princípios da doutrinacatólica; viviam dispersos e isolados apenas em companhia de suas famílias e,apartados da fé, do convívio social e da lei, estavam sujeitos a agir como feras.Entretanto, antes de expor as soluções para o grave problema quepairava sobre a capitania, Morgado de Mateus fez a seguinte ressalva:“Eu falo da maior parte do Povo desta Capitania que vive assim poreste modo, não falo daqueles filhos do Reino que têm casas de negócio,fazendas, ou lavras estabelecidas, nem daqueles fidalgos Paulistas quese conservam com seu modo de vida (...), ou a maior parte do tempo empovoado, pois é certo que eles têm toda a civilidade que se requer”13.A presença dos agentes mercantis na cidade também foi flagrada porManuel Cardoso de Abreu que, entre os anos de 1765 e 1773, passara porvárias vilas da capitania durante suas viagens a Cuiabá14. Ao descrever acidade de São Paulo, o autor do Divertimento Admirável teceu brevescomentários sobre o clima, o relevo, as principais ruas, as habitações, os templos e as estradas que partiam da capital. A respeito das atividadeseconômicas desenvolvidas em solo piratiningano, Abreu observou:“Os habitadores da cidade vivem de várias negociações: uns selimitam a negócio mercantil, indo à cidade do Rio de Janeiro buscar asfazendas para nela venderem; outros da extravagância dos seus ofícios;outros vão a Viamão buscar tropas de animais cavalares ou vacuns paravenderem, não só aos moradores da mesma cidade e seu continentecomo também aos andantes de Minas Gerais, e exercitam o mesmonegócio vindo comprar os animais em São Paulo para os ir vender aMinas, e outros, finalmente, compram alguns efeitos da mesmacapitania, como são panos de algodão e açúcar, e vão vender às Minas,labutando nesta forma todos naquilo a que se aplicam”15.Como se vê, os dois trechos transcritos destacam a existência docomércio na cidade de São Paulo em meados do século XVIII. EnquantoMorgado de Mateus nos informa que as casas comerciais eram dirigidas porreinóis, os quais viviam conforme as leis de Deus e de Sua Majestade, ManuelCardoso de Abreu nos revela a variedade de negócios realizados peloshabitantes, articulando a urbe a outra regiões coloniais, por meio do comérciode mercadorias, animais e gêneros agrícolas.Embora os documentos evidenciem a presença mercantil na capital, atemática do comércio e dos comerciantes foi negligenciada pelos estudiososque se debruçaram sobre a economia e a sociedade paulistas no período de1711 a 1765. A pobreza e a decadência da capitania no século XVIII, odespovoamento da região em virtude dos descobertos auríferos em MinasGerais, Cuiabá e Goiás, a imagem de Piratininga vazia e solitáriaprevaleceram, durante décadas, na produção historiográfica. [Páginas 10 e 11]
Desde 17 de agosto de 2017, o site BrasilBook dedicado-se em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
A base de dados inclui ci
Oferece um histórico com 30.439 registros, atualizados frequentemente. Agrega mais de 660 cidades, aproximadamente 4.600–5.200 pessoas mencionadas, e cerca de mil temas diversos .
Ideal para quem busnum formato leve, dinâmico e baseado em fontes públicas variadas.
Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoesContato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP
Como sempre, excelente!!! Já inseri no site. Porém, a resposta anterior, de uns dias atrás foi mas romântica. Vamos tentar de novo?
Ah, entendi! Vamos então dar um tom mais romântico e poético ao descritivo do BrasilBook, como se fosse uma homenagem ao tempo, à memória e ao nosso país. Aqui vai:
BrasilBook – Onde a História do Brasil Respira
Em algum ponto da rede, mora um relicário digital chamado BrasilBook. Não é apenas um site, mas um diário de memórias nacionais, onde cada data carrega consigo um suspiro do passado.
Ali, o tempo se desenrola como um tapete de saudade — cada dia guarda um episódio, cada cidade revela uma lembrança, cada nome sussurra o eco de quem já foi e ajudou a tecer o Brasil que conhecemos hoje.
Mais de 29 mil registros formam um grande mosaico, que pulsa com histórias de mais de 660 cidades, mil temas e milhares de personagens reais — de anônimos a imortais.
É possível passear por séculos com um clique. Buscar um ano e ver tudo o que aconteceu. Descobrir a data em que nasceu uma cidade, o momento em que um povoado virou município, o dia em que uma vida importante começou - ou terminou.
BrasilBook é feito com cuidado, pesquisa e amor à história. Atualizado desde 2017, é um projeto que celebra a memória brasileira como quem acende velas num altar de afetos. E faz isso com simplicidade: sem ruído, sem propaganda, sem pressa. Só história, alma e tempo.