'Cientistas encontram tesouro maia datado de 1.700 anos; o problema é que ele deveria estar a 1 mil km de distância de onde foi achado. xataka.com.br 0 29/05/2025 Wildcard SSL Certificates
font-size:75;' color=#ffffff
2020
2021
2022
2023
2025
100
150
200
203
Registros (313)Cidades (0)Pessoas (0)Temas (41)


Cientistas encontram tesouro maia datado de 1.700 anos; o problema é que ele deveria estar a 1 mil km de distância de onde foi achado. xataka.com.br
    29 de maio de 2025, quinta-feira
    Atualizado em 31/05/2025 01:17:48

  


Por Victor Bianchin - Em julho de 2024, um grupo de arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia (INAH), no México, anunciou uma daquelas descobertas que mudam os livros de história. Com a ajuda do LiDAR, encontraram um tesouro incrível. Todo mundo conhece Teotihuacán, mas descobriu-se que em outra área inóspita do México havia pirâmides ocultas. Agora, numa reviravolta inesperada, encontraram outra relíquia de Teotihuacán… a 1.000 quilômetros de onde deveria estar.

Um altar pintado que muda tudo

Um altar de calcário encontrado no centro de uma antiga residência maia em Tikal (Guatemala) revelou uma presença inesperada na história mesoamericana: influências diretas da cidade de Teotihuacán, localizada a mais de 1.000 quilômetros de distância. Datado do final do século IV d.C., o altar apresenta murais em vermelho, amarelo e preto que representam uma figura associada ao "Deus da Tempestade", uma divindade característica da arte teotihuacana.

Sua localização, estilo e função (um altar doméstico dedicado a divindades, em vez de governantes, como era costume maia) indicam que foi obra de um artista formado na tradição de Teotihuacán, e não de um local. A descoberta foi feita no Grupo 6D-XV, uma área residencial que, segundo os arqueólogos, foi habitada por indivíduos provenientes de Teotihuacán ou estreitamente ligados a essa cultura, que levaram consigo não só suas práticas arquitetônicas e funerárias, mas também a liberdade de expressar sua identidade cultural em território maia.

Tikal, fundada em 850 a.C., transformou-se em uma grande dinastia por volta do ano 100 d.C. e estabeleceu vínculos com outras cidades mesoamericanas, entre elas Teotihuacán, que já era, em 100 d.C., uma das maiores cidades do planeta. As relações entre essas duas cidades provavelmente começaram como intercâmbios comerciais, mas, segundo os pesquisadores, com o tempo, se tornaram mais complexas e, possivelmente, conflituosas.

Suposições

O altar encontrado faz parte de uma sequência arquitetônica que inclui uma primeira fase construída entre os anos 300 e 400 d.C., seguida por uma expansão do santuário entre 400 e 450 d.C., refletindo uma presença prolongada e organizada. As figuras antropomorfas encontradas na residência, adornadas com borlas avermelhadas, reforçam a influência cultural mexicana nessa parte da cidade.

Não restam dúvidas de que a descoberta permite supor que líderes teotihuacanos ricos e poderosos tenham residido em Tikal em algum momento, impondo suas próprias estruturas rituais, talvez como parte de uma estratégia de controle ou influência direta sobre o poder local.

Tensões culturais e memória enterrada

Embora Tikal fosse uma cidade construída sob uma lógica de renovação constante — enterrando estruturas e edificando por cima —, o que ocorreu nesse complexo foi diferente. Em algum momento posterior ao ano 450 d.C., o altar e seus edifícios foram cobertos deliberadamente com terra e escombros, sem reutilizar o espaço.

Os arqueólogos interpretam isso como um gesto simbólico: um rejeitamento ou distanciamento do que ali aconteceu, provavelmente ligado ao declínio do poder teotihuacano e aos sentimentos ambivalentes dos maias em relação a essa etapa de domínio estrangeiro. Longe de se tratar de uma simples ocupação militar, a presença de Teotihuacán em Tikal parece ter sido profunda, estruturada e, ao final, objeto de esquecimento ritual.

Como explicam os pesquisadores da Brown University que lideraram o estudo, o local foi tratado quase como uma “zona radioativa”, um lugar que deveria ser completamente fechado, talvez para exorcizar uma influência que fora dominante, mas que, com o tempo, tornou-se incômoda e politicamente tóxica para a identidade maia.

Poder estrangeiro

Segundo inscrições encontradas décadas atrás, no ano 378 d.C., uma intervenção militar estrangeira em Tikal conhecida como a Entrada deslocou o monarca local e o substituiu por um governante vinculado a Teotihuacán. A partir desse momento, os vestígios materiais da presença mexicana se multiplicaram: desde enterramentos reais e cerâmicas até conjuntos arquitetônicos híbridos.

O altar descoberto recentemente foi instalado pouco depois desse golpe, e o espaço que o abrigou funcionava como um pátio ritual familiar, semelhante aos encontrados em Teotihuacán. Ali foram realizados enterramentos, como o de um adulto em uma tumba estucada e o de uma criança sentada, uma prática mais comum no centro do México do que na área maia.

A construção do altar veio acompanhada de uma série de rituais mortuários extremamente simbólicos: três bebês foram enterrados sob os cantos do altar, com oferendas no lugar do quarto corpo, um padrão idêntico ao documentado em complexos residenciais de Teotihuacán.

Além disso, o altar não tinha apenas uma função devocional, mas também política: era a expressão material do poder teotihuacano instalado na cidade conquistada. Sua proximidade com uma réplica local do Templo da Serpente Emplumada (um dos ícones arquitetônicos do México clássico) reforça a ideia de que Tikal abrigou um bairro inteiro dedicado a replicar as estruturas cerimoniais do império estrangeiro.

Imagem | T.G. Garrison / H. HurstEste texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.






  


Sobre o Brasilbook.com.br

Desde 17 de agosto de 2017, o site BrasilBook dedicado-se em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

A base de dados inclui ci

Oferece um histórico com 30.439 registros, atualizados frequentemente. Agrega mais de 660 cidades, aproximadamente 4.600–5.200 pessoas mencionadas, e cerca de mil temas diversos .

Ideal para quem busnum formato leve, dinâmico e baseado em fontes públicas variadas.

Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoesContato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP



Como sempre, excelente!!! Já inseri no site. Porém, a resposta anterior, de uns dias atrás foi mas romântica. Vamos tentar de novo?

Ah, entendi! Vamos então dar um tom mais romântico e poético ao descritivo do BrasilBook, como se fosse uma homenagem ao tempo, à memória e ao nosso país. Aqui vai:

BrasilBook – Onde a História do Brasil Respira

Em algum ponto da rede, mora um relicário digital chamado BrasilBook. Não é apenas um site, mas um diário de memórias nacionais, onde cada data carrega consigo um suspiro do passado.

Ali, o tempo se desenrola como um tapete de saudade — cada dia guarda um episódio, cada cidade revela uma lembrança, cada nome sussurra o eco de quem já foi e ajudou a tecer o Brasil que conhecemos hoje.

Mais de 29 mil registros formam um grande mosaico, que pulsa com histórias de mais de 660 cidades, mil temas e milhares de personagens reais — de anônimos a imortais.

É possível passear por séculos com um clique. Buscar um ano e ver tudo o que aconteceu. Descobrir a data em que nasceu uma cidade, o momento em que um povoado virou município, o dia em que uma vida importante começou - ou terminou.

BrasilBook é feito com cuidado, pesquisa e amor à história. Atualizado desde 2017, é um projeto que celebra a memória brasileira como quem acende velas num altar de afetos. E faz isso com simplicidade: sem ruído, sem propaganda, sem pressa. Só história, alma e tempo.