'NOVAS, ANTIGAS E EXTRAORDINÁRIAS: OS JORNAIS CEARENSES E A CONSTRUÇÃO NARRATIVA NOS FAITS DIVERS CRIMINAIS (1850-1890) - NICODEMOS ZACARIAS OLIVEIRA DA SILVA - 01/01/2024 Wildcard SSL Certificates
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NOVAS, ANTIGAS E EXTRAORDINÁRIAS: OS JORNAIS CEARENSES E A CONSTRUÇÃO NARRATIVA NOS FAITS DIVERS CRIMINAIS (1850-1890) - NICODEMOS ZACARIAS OLIVEIRA DA SILVA
    2024
    Atualizado em 29/10/2025 19:45:38

    


Escapava, todavia, pelas frestas dessas tramas, exageradamente construídas sobredetalhes sanguinolentos e perturbadores, a notória percepção do quão distante ainda estava amaior parte daquela sociedade do ideal de ordem e de civilidade apregoados naqueles mesmosjornais. Fortaleza não era uma “cidade do crime”, a população talvez tivesse uma percepçãosobre a violência muito próxima das de outros centros, noutras províncias. Entretanto, assimcomo muitas outras cidades, ela constituiria um imaginário extremamente rico sobre o crime,agora margeado também pela escrita jornalística.O sangue é, sem dúvida, a essência dessas ardilosas tramas. Ele flui através dessasinsólitas narrativas, carregado de brutalidade, pavor e infâmia. Mas afinal, o que revela eledaquela sociedade cearense ou mesmo da fortalezense de fins do século XIX? Essas notíciasrepletas de atos indefensáveis fazem perceber que, sob o manto enganador do discursoordenador, ocultava-se também, um jogo bem estabelecido entre jornais e seusleitores/ouvintes:Críme (sic) Horroroso. – Lê-se no Diario de Santos; de 29 de janeiro:« De uma carta de pessoa de Sorocaba, dirigida a outra d’esta capital, tiramos oseguinte trecho: «...Soube agora de um assassinato horrivel que se deu para os ladosde Capivary. Um cometa70 chegou a uma casa, muito molhado, a pedir pousada; nãoestava o dono, e só a mulher; esta lhe deu um quartinho, onde o cometa se arranchoue tratou de enchugar-se; e como o dinheiro que trazia tambem se molhasse, tratou deseccal-o, para o que a dona da casa emprestou-lhe uma peneira.« Já a noite ia adiantada quando o cometa presentiu barulho de gente que seapproximava da cama; um infeliz pressentimento o fez levantar e ir dormir em umrancho de carneiros, que estava defronte, e sobre um couro. O quarto em que estava,e que a mulher lhe deu para pousar, era aquelle em que costumava dormir um filhod’ella, que também andava fôra, e que chegando tarde, e de nada sabendo, foi deitarse em sua cama.« O cometa, que estava de ouvido alerta, ouviu no quarto gritos que se deram: chegaa mulher, o dito está seguro; vem vêr o que era, e reconhece que o marido e a mulherpara o roubarem, julgando-o deitado na cama, que lhe tinham dado, ás escurascravaram no peito do filho muitas facadas, e o deixaram morto...» (Cearense, 1873c,p. 3, grifos do autor).Nele, se consagrava a produção e circulação71 de relatos sobre o crime, uma vezque o próprio debate político já tinha elencado a fórmula do fait divers, enquanto umaestratégia narrativa, no intuito de angariar simpatia e apoio às suas críticas aos adversários.Logo, nada mais natural que isso se estendesse aos outros espaços dentro dos jornais locais.70 Referia-se, nesse caso, ao trabalho de “caixeiro viajante” (Figueiredo, 1913, p. 419).71 Importa destacar como nesse momento para além dos relatos tradicionalmente produzidos com o intuito dechocar, provocar e combater seus adversários políticos diretos, os jornais dariam espaço cada vez maior paranarrativas no modelo do fait divers vindas de outras províncias, mesmo aquelas mais distantes, ou ainda deoutros países. O destaque já não era dado apenas às grandes tragédias e aos crimes que atingiam personalidadesdo período, mas aqueles cujo enredo parecesse ser mais bizarro, chocante ou macabro. [p. 51]

de junho e 19 de julho de 1850. Compreendeu, muito provavelmente, nove números (339-348) do jornal “O Cearense” que, naquele momento, saía apenas duas vezes por semana: àssegundas e às quintas-feiras.Esse folhetim, ao contrário de outros, não ocupou a primeira página em seunúmero inicial e alguns dos seus capítulos usaram apenas o espaço de frente da página. Traziana sua conclusão uma assinatura dentro do relato como Antonio Joaquim da Rosa, indicandoter sido publicado anteriormente no “Diario do Rio Grande”:A FEITICEIRANo anno de 1820 existia, nos suburbios desta villa de S. Roque, uma mulher ja idosade nome Escholastica Mendes, alcunhada Carà-Mendes.Solitaria e misteriosa era a vida dessa mulher, que habitava um casebre de miseravelperspectiva, e que tinha a reputação de ser grande feiticeira, pelo que era temida poruns e por outros procurada.Alta noite, vultos rebuçados, e disfarçados em rigoso(sic) incognito, penetravaonessa espeluuca(sic) mysteriosa, para consultar a grande alchymista, cuja mãopoderosa operava prodigios estupendos, prescrevia leis ao destino, e fasia curvarvontades de ferro ao mais leve aceno de seo irresistível poder. Era um amanteinfelis, que ia pedir um filtro magico, para abrandar os rigores de sua amada, e fasela acessivel ao seo amor. Era uma bela, que se apresentava em melancólicodesalinho, por ter sido abandonada do joven que amava, e que vinha pedir o liquormiraculoso, que o fisesse voltar aos belos dias de felicidade e amor. Era o malvado,cujo coração sedento de vingança vinha implorar um especifico de morte, ou desoffrimento, mais ou menos longos, mais ou menos intenso, contra aquelle a quemtributava a mais vil das paixões – o ódio.Seja como for, a crença popular se estribava na evidencia dos factos; porque, poucodepois do conjuro da velha, a moça, que desdenhava os agrados e desvelos doextremoso amante, outorgava-lhes venturas celestes do amor; o amante transviadovoltava aos pés da bellesa que abandonara, para queimar os perfumes de um novoamor, e a vingança do scelerado era saciada no grão, que prescripto fora pela velhasolitária (O Cearense, 1850a, p. 2, grifos do autor).A trama, após essa narrativa introdutória apresentando a famigerada figura de umapretensa feiticeira e a demonstração de seus consideráveis poderes, se concentravabasicamente nas desventuras de uma jovem mãe, perseguida pelo amante, que procurava osserviços daquela mulher idosa, tida como profetisa. O objetivo dessa moça era não apenasbuscar proteção, bem como tentar reatar seu relacionamento com seu companheiro, o qual elatraíra e que já tentara assassiná-la anteriormente. Para realizar esse intento a feiticeiraafirmava que seria necessário um grande sacrifício:– Mas vós conjurareis a tempestade que rebrama, e ella passará por cima de minhacabeça sem ofender me.– Estais enganada – disse a velha com voz secca. – Ella virà, e os seos tufõesimpetuosos vos arrastarão infalivelmente aos abysmos da sepultura.– Oh! naõ me abandoneis por piedade! Preparai um de vossos filtros mágicos, quefaça abrandar o coração de Astolfo, e olvidar o passado para sempre. Oh! tendecompaixão do meo desespero! [p. 113]

– Pois bem: compadeço-me de vós, e quero salvar-vos; mas para conseguir essegrande resultado, mister é um grande sacrifício.– A tudo me sujeito: exigi o que quiserdes, e sereis obedecida.– Véde bem o que prometeis – ponderou a feiticeira.– Naõ hesito, senhora, em reiterar a minha promessa.–Jurais?– Juro?(sic)– Pois bem: tocai na minha maõ para ractificar o juramento.A moça estendeo sua tremula dextra, que se prendeo entre as descarnadas mãos davelha. [...]Agora podeis tranquillivar vos(sic). Amanhan iremos a Caverna dos infantes, quefica em um sitio ermo e solitario; imolaremos vosso filho aos poderes invisíveis; epurificado ao depois com esse sacrificio, comporemos o filtro especioso, que fara ovosso amante esquecer o passado, como se tivesse bebido todas as agoas do Lethes,e amar-vos com esse extremo palpitar do coração, que todo se submerge nas deliciasencantadoras do primeiro amor.[...]A’s quatro horas da madrugada levantou-se a feiticeira, e approximando-se do lugaronde jasia a moça quase cadáver, disse com vos ríspida:– São Horas: acompanhai me.– Para onde? – interrogou a moça estupefacta, como se essa a revocasse àexistência.– Para a Caverna dos infantes.– Tende piedade de meo filho!.. suplicou a mãi desolada, desatando dos olhos umatorrente de lagrimas, e pondo-se de joelhos.– Lembrai-vos que Astolfo ao retirar-se, disse: Dou-vos esta noite.– Sim: mas, antes que amanheça, posso eu fugir com meo filho...oh! salvai-nos;salvai-nos!..– Apenas eu retirar de vós a minha proteção, estais na maõ de Astolfo, que bem deperto vos vigia os passos. Naõ há pois outro meio de salvação: cumpre resignar-vos.Acompanhai me.A moça, sem fazer mais objeções, levantou-se, e seguio resolutamente (O Cearense,1850b, p. 1-2).A partir desse momento, tornava-se notório que o sacrifício seria da vida do filhoda jovem Anacleta, o qual não era filho legítimo de Astolfo (seu companheiro). O cerne daobra se dava basicamente no sacrifício da criança recém-nascida, no enlouquecimento dajovem mãe e nos castigos sofridos pela bruxa. O que nos chama a atenção é como muitodaquelas constantes melodramáticas, presentes de forma explícita naquele texto, estavamfortemente entrelaçadas às nuances brutais dos faits divers naquela narrativa:A profetisa tomou a estrada de Sorocàmirim, e depois, desviando-se della, internouse pela espessura das mattas.Ao amanhecer, a feiticeira parou subitamente, e disse apontando com o dedo: – Eisaqui a Caverna dos infantes.A moça olhou para esse abysmo profundo, e recuou estremecendo como um débilcaniço, agitado por ventos impetuosos.– Cobarde!... exclamou a feiticeira, arrancando a criança, que a infelis mai apertavaconvulsamente sobre o peito, com todas as forças maternaes.A feiticeira, segurando pelas extremidades do corpo do menino, e puxando-oviolentamente para si, metteo d’encontro o joelho esquerdo no espinhaço desse débilcorpinho.Seos ossinhos cedêrão facilmente a esse choque encontrado, e estalaraõ.No mesmo instante a velha, pegando no inocentinho por um pé, fazendo-o tres vezesvoltear sobre sua cabeça, o arrojou afinal ao seio dessa horrivel caverna.Um vagido fraco e alquebrado rompeo as sinuosidades silenciosas desse abysmo, e [p. 114]

signos de civilização. A ênfase no combate ao obscurantismo e à charlatanice, tão comunsnaquele contexto, complementava o esforço de retificação moral e ordenação do todo social.A vontade de constranger o que se julgava atrasado, impedimento ao correto ‘pensar’,tornava-se uma mania para grande parte das elites locais.Provavelmente, já havia se consolidado certo gosto, mesmo de parte da elitecultural, no consumo de literatura de horror, ou no uso cotidiano das estórias e causoscontados por populares. Todavia, o espaço gráfico dos periódicos usou os elementos dofantástico e do horror, geralmente enquanto uma metáfora para o mal comum, oriundo dacriminalidade e dos “maus costumes”. Os faits divers foram transformados no espelho querefletia uma incômoda realidade, onde o horror cotidiano era reconstruído enquanto umartificio na reafirmação normativa. Da mesma maneira, eles serviriam de base para o gostorenegado pela leitura de tragédias cotidianas, transformadas em extraordinárias narrativas que,mais do que assustar, geravam incômodo e circulavam mediados pelo gosto e pelapopularização dos relatos macabros.O esforço em denunciar e combater essas crenças populares levava àestigmatização das populações menos abastadas, vistas sempre como suscetíveis ao crime e àdesordem. Embora estivesse inclusa em uma sociedade extremamente distante dos padrõesque tentavam construir, a elite letrada — responsável pelos jornais locais — construiu umaforte ojeriza pelo comportamento dos setores populares. Se durante aquela época, os discursosoficiais por meio das autoridades jurídico-policiais, religiosas e intelectual-científicas,tentaram estabelecer um lugar para cada grupo na sociedade, por mais transtorno quecausasse, lidar com a cultura, o imaginário e as práticas populares rurais, foi o lugar onde sefalhou em construir um verdadeiro espaço de contenção.Os jornais foram a tentativa mais próxima de estabelecer uma rede discursivacapaz de neutralizar hábitos, costumes, modos e relações vistas como inadequadas, a umanova lógica social que se quis erigir naquela época. Eles moldaram o meio pelo qual as regrasque se tentavam impor podiam chegar mais longe na malha social. Até mesmo notas,aparentemente inofensivas, foram elaboradas para dar uma chave de leitura acerca do que sedeveria considerar como inadequado ou impróprio à “boa sociedade”. A construção da cidadeordeira, moralizada e pacífica que se almejava alcançar passava por desfazer mesmo o“populacho” das suas crendices e de seus “maus modos”. Então, por isso, tantas vezes assuperstições seriam associadas à loucura, à indecência e ao crime:S. Paulo. – [...] O Ipanema de Sorocaba refere o seguinte:"A grande seita dos envenenadores, com o pretendido nome de feiticeiros, vai [p. 215]

textos, agindo mediante a sua própria subjetividade, certamente, ele também era conduzidopela existência dos leitores e as suas escolhas falavam, também, dos interesses e das visões demundo que se mantinham circulando na província, naquele momento.O gosto dos cearenses por textos que beiravam o fabuloso ou o burlesco, tal comose acompanha nas passagens anteriores, parece ter se consolidado ao final do século XIX. Apresença dos folhetins, a profusão de textos literários, publicações demandadas por leitoresocasionais ou assinantes, tudo isso não tirou o lugar cativo desses relatos dentro dosperiódicos. Essas notas ganharam, não raras vezes, a primeira página desses hebdomadários,ocupando espaço muito disputado pelas notícias da política e da economia.Em uma cidade ainda integrada pela oralidade no seu cotidiano, os boatos, fofocase mesmo a maledicência circulavam rapidamente. Essa presença marcante da oralidade,evidenciou-se até mesmo em obras literárias e memorialísticas do período (Oliveira, 2000),enquanto referência, ora incômoda, ora jocosa. Não se admira, portanto, que as informações eos assuntos curiosos presentes nos jornais também circulassem. Na elite, os homens o fariamno espaço das tavernas, cafés e armazéns; para mulheres as salas e cozinhas das vizinhas oudentro dos salões dos clubes durantes as festas. Para a população pobre, de ambos os gêneros,as ruas, os chafarizes, o mercado, as praças e as rodas de conversa, aquelas narrativas seespraiavam pela repetição oral e deviam chegar aos mais recônditos lugares da sociedade.

Assim, não surpreende que estivessem emoldurando muitas daquelas estóriasfabulosas, tantas outras pequenas notas extraordinárias e insólitas que moviam a curiosidade do público leitor, bem como aquelas primeiras sobre maravilhas da natureza (Cearense, 1887).
Essas maravilhas da sociedade eram geralmente pessoas com grande longevidade, compersonalidade ou caráter excêntrico, que passavam por experiências bizarras, ou mesmo, eram momentaneamente famosas por seus feitos.

S. Paulo. – [...]– Na cidade de Caldas existe um preto que conta 135 annos de idade 168.

– O Mosaico de Guaratinguetá, dá a seguinte noticia:

Existe em S. José do Paraíso, provincia da Bahia, uma mulher, vulgo Isabel doMorro, que conta actualmente 111 anos, mais ou menos, ainda viaja a pé distanciade uma legua, goza ainda faculdades mentaes, ouve missas todos os dias, de joelhos,cose muito bem e lê livro perfeitamente. Conserva-se ainda no estado de solteira, enunca conheceu varão.

Realmente a Sra. Isabel do Morro é uma preciosidade. Virgens de 111 anos não sãocouzas que andem por ahi a granel neste seculo das luzes.

MACROBIO. – Lê-se no "Commercio do Paraná":

– No dia 8 do corrente falleceu na freguezia de Guaraksaba(sic), Joaquim de Fariascom 115 annos !Dizem-nos que ainda n’essa idade occupava-se no seu officio de carpinteiro, e faziaviolas como nenhum outro. Admira como se pode viver tanto n’esta época.

Lê-se o Espirito Santense:

Do Riacho nos enviaram a seguinte noticia:

"Morreu no dia 26 de Setembro na barra do Riacho, freguezia de S. Benedicto ocrioulo livre de nome Silvestre de tal, na idade de 145 annos, 3 mezes e 11 dias.Gozava de todas as faculdades intellectuais e uma prodigiosa memoria. Servia 60annos, mais ou menos, como pedestre nesta provincia. Nasceu nos arrebaldes daVictoria. Lembra-se do tempo em que Victoria era uma villa e Governadores Robime Pontes Leme. Deixa numerosa familia: 12 filhos, 80 netos, 100 bisnetos e 40tataranetos.
Este macróbio botou a barra adiante de quantos se tem mencionado ultimamente."(Pedro II, 1881, p. 1; Cearense, 1877a, p. 2; Pedro II, 1861b, p. 3, grifos do autor).

O gosto pelas notas exóticas, pode ser entendido não apenas pelas limitadasformas de entretenimento escritas, disponíveis aos leitores, contudo, porque essas estóriascurtas podiam jogar com a ludicidade e curiosidade dentro de um suporte material queansiava, cada vez mais, atrair leitores/consumidores. Essas narrativas esquisitas e curiosas,geralmente mais curtas, encampavam uma leitura menos demorada e, portanto, cabiam dentrodos hábitos de leitura que começavam a se intensificar e diversificar no contexto cearense defins dos oitocentos (Pinheiro Filho, 2014):

Caso celebre. – Pessoa fidedigna communicou-nos o seguinte:

"Na Alagoa do Espirito Santo, termo do Ouricury, provincia de Pernambuco, morãodous individuos q’ha poucos(sic) praticarão o acto mais imoral de que tenho noticia.Ricardo casado com Antonia engraça-se de Eugenia mulher de Joaquim Gomes, cujamulher era moça e bonita, pede volta: Ricardo não se fez esperar, entrega-lheAntonia, um cavallo, uma carga de farinha e cinco mil réis e recebe Eugenia mulherde Joaquim Gomes.Vivem como casados, e se visitão e são amigos; se amisade póde existir em taisalmas.Factos de tal ordem não se commentão."S. Paulo [...]O Parahyba, de Guaratinguetá, refere em data de Outubro o seguinte facto:"Em dias da semana passada apresentou-se ao delegado de policia desta cidade,Anna Maria de Jesus, queixando-se de que seu marido Benedicto de tal vulgoGuatambú, todas as noites obrigava-a a amamenta-lo, deixando-a em tal estado deprostração e debilidade, que por diversas vezes, ao levantar-se do leito, cahira porterra.

Ella e seu filho, criança tenra e rachetica, morreriam de fraqueza e de fome, e nãoserem os socorros prestados pela Sra. D. Anna Jacintha Guimarães, em cuja fazendadepararam os recursos precisos para o restabelecimento.".Rio de Janeiro [...]

– A "Estrella do Oeste", da cidade de Brotas, refere o seguinte:

"Aqui apresentou-se Pedro José do Prado queixando-se ao Dr. delegado de policiaque, tendo dado hospedagem a João Barbosa e a José Benedicto de Sant’anna,ambos casados, estes, abusando da confiança, raptaram suas filhas menores denomes Maria e Gertrudes, fugindo com as mesmas.O infeliz pai tem engulido lagrimas acerbas diante de tão grande desgraça. Constanos hoje que os raptores foram se asylar no termo da Constituição, onde estão 168 Cf. Item 5.1 deste capítulo. [p. 224, 225]





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