“HABITUS” NO SERTÃO: GÊNERO, ECONOMIA E CULTURA INDUMENTÁRIA NA VILA DE SÃO PAULO (1554 - C.1650)
2011 Atualizado em 21/03/2025 20:18:44
•
meias de cabrestilho a fiado por dois anos para o morador da vila Francisco Preto.Antonio de Soveral comprava meias de seda também para pagar nos próximos doisanos. Diogo de Souza arrematava o vestido, roupeta e calção roxo a crédito.783No final da década de 1620, a viúva Magdalena Holsquor mantinha negócioscom as praças da Bahia, havendo uma dívida de 170$00 réis de Balthazar de Aragão, e do Rio de Janeiro para com o falecido esposo. Nesta última cidade, a senhora tinha uma mantilha de veludo.784Aos filhos órfãos de Manuel Vandala ficavam dentre os vários bens, a escrava da Guiné Izabel manca, toalhas de Flandres e camisas de linho brancas por 5$000 réis. Além disso, deviam-lhes o morador da Bahia, 80$000 réis e Juliana de Sousa, viúva de Jorge Neto, 60$000 réis.785 Dessa maneira, as relações de crédito e débito estendiam-se para além da vila de São Paulo, atingindo outras paragens importantes da América portuguesa.
O comércio de indumentárias usadas, encontrado nos processos de inventários do século XVII paulistas, era importante para o sustento da viúva e dos órfãos. No inventário post-mortem de Luiz Anes tornaram-se o “remédio para a pobreza” de Jeronyma Dias e a extensa prole de sete filhos:
Biniana, filha bastarda de 23 anos, Margarida Dias (20 anos), Andreza Dias (21 anos), Antonio Dias (18 anos), Magdalena Dias, Luix Eanes Grou, Ascenso Luis (7 anos). Nas partilhas, para acumular os bens dos órfãos a mando do juiz, dentre os artefatos indumentários mais relevantes, vendiam-se em asta pública, o gibão em $520 réis para o capitão Balthazar Gonçalves Malio, uma camisa para Antonio Fernandes, outro gibão em $500 réis para Antonio Fernandes, a carapuça, por $440 réis à João do Prado. André Botelho comprava sapatos, em $120 réis, bem como uma camisa de algodão ($900 réis), Bernado Fernandes as ceroulas ($640 réis), Antonio Dias Grou, o manto por $400 réis e os calções ($960 réis). A roupeta de picote era vendida à Izaque Dias, por $960 réis, tendo para pagar um ano de prazo. Bastião Rodrigues Velho arrematava uma camisa também a crédito por $220 réis. 786 Mesmo com um patrimônio familiar líquido significativo de 412$520 réis, a viúva Suzana de Góes precisava vender para João Raposo Bocarro a fiado por um ano, o gibão de tafetá pardo e o vestido de perpetuana verde-mar, em 4$000 réis para o pagamento das despesas do inventário do marido Diogo Dias de Moura.787 [Página 235]
Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária colonial brasileira Séculos XVI - XVII Data: 01/01/2013 Créditos/Fonte: SCHUNK, Rafael Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária colonial brasileira Séculos XVI - XVII. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2013. (Coleção PROPG Digital - UNESP). ISBN 9788579834301 página 181
ID: 5979
Sobre o Brasilbook.com.br
Desde 17 de agosto de 2017, o site BrasilBook dedicado-se em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
A base de dados inclui ci
Oferece um histórico com 30.439 registros, atualizados frequentemente. Agrega mais de 660 cidades, aproximadamente 4.600–5.200 pessoas mencionadas, e cerca de mil temas diversos .
Ideal para quem busnum formato leve, dinâmico e baseado em fontes públicas variadas.
Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoesContato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP
Como sempre, excelente!!! Já inseri no site. Porém, a resposta anterior, de uns dias atrás foi mas romântica. Vamos tentar de novo?
Ah, entendi! Vamos então dar um tom mais romântico e poético ao descritivo do BrasilBook, como se fosse uma homenagem ao tempo, à memória e ao nosso país. Aqui vai:
BrasilBook – Onde a História do Brasil Respira
Em algum ponto da rede, mora um relicário digital chamado BrasilBook. Não é apenas um site, mas um diário de memórias nacionais, onde cada data carrega consigo um suspiro do passado.
Ali, o tempo se desenrola como um tapete de saudade — cada dia guarda um episódio, cada cidade revela uma lembrança, cada nome sussurra o eco de quem já foi e ajudou a tecer o Brasil que conhecemos hoje.
Mais de 29 mil registros formam um grande mosaico, que pulsa com histórias de mais de 660 cidades, mil temas e milhares de personagens reais — de anônimos a imortais.
É possível passear por séculos com um clique. Buscar um ano e ver tudo o que aconteceu. Descobrir a data em que nasceu uma cidade, o momento em que um povoado virou município, o dia em que uma vida importante começou - ou terminou.
BrasilBook é feito com cuidado, pesquisa e amor à história. Atualizado desde 2017, é um projeto que celebra a memória brasileira como quem acende velas num altar de afetos. E faz isso com simplicidade: sem ruído, sem propaganda, sem pressa. Só história, alma e tempo.