RASTREANDO O DIAMANTE BRAGANÇA: SEMIOSE VEICULADA POR ESPLENDOR E SIGILO, por José Pinto Casquilho
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Resumo: O diamante Bragança – também designado como o Grande Diamante de Portugal – é considerado um mistério, embora pareça mais correto dizer que constitui um segredo. Numa estratégia aqui designada de ludibrium, ou um tipo de jogo de dissimulação, veri"ca-se que desde as primeiras notícias – relativas à sua descoberta em 1741 no Brasil e entrega ao rei D. João V de Portugal no ano seguinte – a pedra foi sucessivamente mencionada como sendo uma safira branca, um topázio branco e mais recentemente uma água marinha, quando na verdade era um diamante amarelo-escuro de formato oblongo e cerca de 1680 carates de peso com uma marca específica. Sendo o maior diamante conhecido no mundo até à descoberta do Cullinan em 1905, constituía um objeto de desejo face à ganância lupina de outras potências europeias. Assim, a sua existência expressa-se na tensão entre a exposição, enquanto adorno real de inegável valor estético e simbólico, e a omissão dos registos e inventários das jóias da coroa. No entanto, há evidência icônica indelével de que a pedra foi exibida pelo Príncipe do Brasil D. José e de-pois pela rainha Maria II de Portugal e, dissimuladamente, também pelo rei João VI. Também existem notícias explícitas de que o diamante foi empenhado pelo rei Carlos I no início do século X X, presumivelmente com um contrato de longo prazo. Sobre o seu eventual destino esboça-se uma hipótese plausível, ancorada na compatibilidade de traços físicos e numa injunção fetichista. [p. 2, 3 do pdf]
Não se preocupe com o futuro. Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré-ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra.