Assinatura do “Termo da Santa Cruz” e a “Santa Cruz da Composição”
Atualizado em 25/02/2025 04:39:18
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Quem vindo dos lados da Estação Rodoviária, rumo ao Centro, subindo pelas ruas Santa Clara ou Dr. Nogueira Martins, logo depara-se com uma grande Cruz de pedra, afixada no alto da praça existente na bifurcação entre as duas ruas, local justamente conhecido como largo da Santa Cruz. Mas por que largo da Santa Cruz ou da Santa Cruz da Composição?
Os dizeres colocados junto ao monumento quando da afixação da Cruz ali em 3 de maio de 1954, então festa religiosa da Santa Cruz e dentro das celebrações do Ano do III Centenário de Fundação de Sorocaba:
“Aqui Balthazar Fernandes erigiu a 1ª Santa Cruz do Senhor Jesus Cristo...” -, representando a tradição cristã do povo sorocabano herdada de seus fundadores, na realidade não esclarecem muito bem, contudo, o por quê daquela Santa Cruz da Composição no meio do caminho.
O certo é que ela também perpetua o primeiro grande imbrólio jurídico registrado em Sorocaba logo após a morte em 1667 do fundador Baltazar Fernandes. Marca também a assinatura do Termo da Santa Cruz da Composição entre os vereadores da época e os monges beneditinos, colocando um ponto final a impasse criado por um dos filhos de Baltazar, Manoel Fernandes de Abreu, que reivindicava a posse das terras doadas pelo pai à Ordem de São Bento.
Os padres ameaçavam, inclusive, deixar Sorocaba. O impasse jurídico-administrativo arrastou-se por quase 50 anos, posto que o Termo da Santa Cruz da Composição só foi assinado a 2 de julho de 1728, pondo fim ao impasse.
A Cruz na subida para o Centro perpetua solução para primeira grande pendência jurídica para Sorocaba.
Quem vindo dos lados da Estação Rodoviária, rumo ao Centro, subindo pelas ruas Santa Clara ou Dr. Nogueira Martins, logo depara-se com uma grande Cruz de pedra, afixada no alto da praça existente na bifurcação entre as duas ruas, local justamente conhecido como largo da Santa Cruz.
Mas por que largo da Santa Cruz ou da Santa Cruz da Composição?
Os dizeres colocados junto ao monumento quando da afixação da Cruz ali em 3 de maio de 1954, então festa religiosa da Santa Cruz e dentro das celebrações do Ano do III Centenário de Fundação de Sorocaba:
“Aqui Balthazar Fernandes erigiu a 1ª Santa Cruz do Senhor Jesus Cristo...”
Representando a tradição cristã do povo sorocabano herdada de seus fundadores, na realidade não esclarecem muito bem, contudo, o "por quê" daquela Santa Cruz da Composição no meio do caminho.
O certo é que ela também perpetua o primeiro grande imbrólio jurídico registrado em Sorocaba logo após a morte em 1667 do fundador Balthazar Fernandes.
Marca também a assinatura do Termo da Santa Cruz da Composição entre os vereadores da época e os monges beneditinos, colocando um ponto final a impasse criado por um dos filhos de Balthazar, Manoel Fernandes de Abreu, que reivindicava a posse das terras doadas pelo pai à Ordem de São Bento. Os padres ameaçavam, inclusive, deixar Sorocaba.
O impasse jurídico-administrativo arrastou-se por quase 50 anos, posto que o Termo da Santa Cruz da Composição só foi assinado a 2 de julho de 1728, pondo fim ao impasse.[0]
Nessa nova escritura, foram estabelecidos os novos limites das terras do Mosteiro. A Câmara Municipal fez algumas exigências, entre elas, a permanência dos monges em Sorocaba. Se, por acaso, a Ordem Beneditina removesse os monges da cidade, deveria devolver ou doar à Câmara todo o patrimônio do Mosteiro.O Frei Francisco da Visitação pediu para que as esmolas não entrassem nesse acordo, porque era impossível devolver o dinheiro, mas se prontificou em manter sempre dois ou três monges no Mosteiro, com a obrigação de ensinar a Língua Portuguesa, o Latim e o Canto.
"A Sagrada Família" Data: 01/01/1550 Créditos/Fonte: Agnolo di Cosimo (1503-1572) Holy Family with St. Anne and the Infant St. John
ID: 5379
Fontes (2)
• 1°
“Memória Histórica de Sorocaba” II. Luís Castanho de Almeida (1904-1981) Data: 1965 Em 1728, a 2 de julho, realizou-se entre o Convento e a Câmara uma composição, desanuviando-se os horizontes. Uma reclamação dos padres a 3 de fevereiro fora para o limbo. Aproveitavam nova presença de um ouvidor na Câmara em correição, o desembargador Francisco Galvão da Fonseca e se compuseram: do cunhal a nascente do mosteiro uma linha se tirava até a santa cruz (a primeira que houve) e daí em ângulo para a olaria de Pedro Domingues (avenida Comendador Pereira Inácio) até o ribeirão do Moinho (hoje Lajeado) e pelo ribeirão abaixo até o rio. Tudo o que ficasse à direita era do convento, à esquerda, da Câmara. Outra linha, do cercado do convento, a ocidente, ia procurar a estrada do Paranapanema (rua da Penha que não chega até o alto). A esquerda, do convento, á direita, da Câmara. O mato do Supirirí ficava para a vila. Os moradores podiam tirar lenha para o seu fogo nos matos dos Padres.
• 2°
Jornal Diário de Sorocaba Data: 2016 O certo é que ela também perpetua o primeiro grande imbróglio jurídico registrado em Sorocaba logo após a morte em 1667 do fundador Baltazar Fernandes. Marca também a assinatura do Termo da Santa Cruz da Composição entre os vereadores da época e os monges beneditinos, colocando um ponto final a impasse criado por um dos filhos de Baltazar, Manoel Fernandes de Abreu, que reivindicava a posse das terras doadas pelo pai à Ordem de São Bento.
Os padres ameaçavam, inclusive, deixar Sorocaba. O impasse jurídico-administrativo arrastou-se por quase 50 anos, posto que o Termo da Santa Cruz da Composição só foi assinado a 2 de julho de 1728, pondo fim ao impasse.
[25029] “Memória Histórica de Sorocaba” II. Luís Castanho de Almeida (1904-1981) 25/03/1965 [6190] Jornal Diário de Sorocaba 15/08/2016
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.