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   2 de junho de 1911, sexta-feira
O intrigante caso da menina de Laura Cardoso Pinheiro
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

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O aparecimento misterioso dessa mulher (homem), que durante muitos dias foi assunto obrigatório de todas as palestras, e cujo aparecimento nas águas do Tietê, na freguesia da Penha, Provocou os mais desencontrados comentários.

Trata-se do seguinte: Há 15 dias, aproximadamente, o sargento rondante da avenida Celso Garcia, ao passar por aquela via, ás 8 e meia da noite, deparou com um menor que dormia sob a copa de uma árvore.

O mantenedor da ordem acordou-o, conduzindo-po ao posto policial do Braz, onde se achava de serviço o sr. Laudelino Schmidt, terceiro sub-delegado.

Era um menino de olhar vivo e penetrante. Não mostrou o minimo acanhamento por se encontrar em frente de uma autoridade e acompanhado de um policial.Sem esperar o convite, o pequeno foi-se acomodando em uma cadeira e depois perguntou naturalmente: "Que desejam de mim os senhores?"

A autoridade perguntou-lhe, então, o seu nome e de quem era filho.Disse chamar-se Olavo, ter 13 anos de idade e ser órfão de pai e mãe, negando-se a dar outra informações.

Depois, mudando subitamente de assunto, falou muito sobre os bondes elétricos, coisa que muito admirava, sendo preciso que o mandassem calar.

No entanto, o menor agradou a todos e o sr. Laudelino Schmdit, compadecendo-se de sua sorte, convidou-o para ir morar na casa de sua família. Isso alegrou extraordinariamente o pequeno, que se pôs a bater palmas de contente, exclamando: "Que bom! Que bom! E eu já sei limpar talheres, varrer a casa... e sou capaz até de cozinhar, se não for necessários pratos finos..."

O sr. Schmidt levou-o então para a sua residência, na avenida Celso Garcia no. 143. Comprou outras roupas para o menino, o fez calçar sapatos, modificou-o completamente.

E os dias foram se passando, sem novidade.

Todas as pessoas da casa gostaram imensamente de Olavo. Ele falava de tudo e por todos, mostrando muito desembaraço e inteligência, apesar de não saber ler nem escrever.

Nas suas conversas, Olavo falava sempre em sua mãe, que morreu quando ele tinha apenas 3 meses de idade. Contava coisas assombrosas sobre o espiritismo, narrando fatos que dizia terem se passado com ele.

Nessas ocasiões, a sua fisionomia mudava-se completamente, tomando uma feição carrancuda, como a de um dos mais fervorosos adeptos da ciência de Allan Kardec.Isso chamou a atenção das pessoas da família Schmidt, que o puseram em contato com alguns espiritas moradores no bairro. Eles mostraram-se encantados com o pequeno Olavo, que, diziam eles, era um médium excelente.

Tudo estava neste pé, quando ontem, pela manhã, Olavo se levantou e foi chamar a esposa do sr. Schmidt, dizendo que desejava falar-lhe particularmente,A boa senhora, sem poder adivinhar a surpresa que lhe estava reservada, acompanhou-o até a um quarto.

Ali o pequeno, com feições transtornadas, disse-lhe: "Minha senhora, esta noite, em quanto eu dormia, apareceu-me o espirito de minha mãe, que me disse: Laura, muda essa roupa, tu ja cumpriste o teu calvário, mostra-te qual é..."

E o pequeno ajoelhou-se aos pés da senhora, confessando que não era homem, e sim... mulher!

O sr. Laudelino Schmidt foi logo informado do ocorrido, tratando de interrogar o falso Olavo. Nessa ocasião achava-se presente o repórter deste Jornal.Laura, pois esse é o seu verdadeiro nome, sempre com grande desembaraço narrou a sua vida, com todos os pormenores detalhes.

Quando tinha apenas 3 meses de idade, ficou sem pai nem mãe, indo residir em companhia de seu tio Innocencio Leite dos Santos, á rua Direita, esquina do Becco do Coador.

Innocencio, que é fabricante de garapa, logo que a pequena cresce, vestiu a de homem, mandando corar os cabelos.Em Sorocaba, só uma pessoa sabia o seu verdadeiro sexo. Era D. Izabel a dona de uma pensão.

Vestida de homem, Laura saia á rua para vender caldo de cana, levando uma lata e um cepo, cujo conteúdo custava 100 reis.Laura, quando não fazia uma feira regular, era maltratada pelo tio, que lhe batia muito.

Desesperada com isso, ela resolveu fugir. Um dia havia vendido apenas cinco tostões e não queria ir para casa com medo de apanhar. Achava-se chorando nas proximidades da estação, quando um moço que ela desconhece, vendo a sua tristeza, lhe perguntou se ela queria ir para São Paulo.

Laura aceitou o convite, e, momentos depois tomava lugar em um wagon de segunda classe, que a transportou a capital do estado.

Na estação o seu desconhecido disse-lhe apenas: "Olha, menino, estás em São Paulo, agora vai procurar tua vida... e desapareceu.

Ela combinou ao acaso, vagando duas noites pelas ruas, sem comer e sem dormir, até que vencida pela fadiga, adormeceu sob a arvore onde a foi encontrar o mantenedor da ordem.

Terminou dizendo: "Chamo-me Laura Cardoso Pinheiro e quero ficar morando na casa do sr. Schmidt, de onde não sairei jamais, pois aqui eu tive a minha primeira revelação.

Fonte: Jornal A Opinião Pública (RS)
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O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.

Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?



Quantos ou quais eventos são necessários para uma História?
Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.


Mary Del Priori, historiadora:

Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.

Lia Calabre, historiadora:

A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]

Quantos registros?

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:

- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).

- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.

- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.

- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.

- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.

- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.

Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.

Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.

Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.


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