Bento Gonçalves da Silva foi comandante de cavalaria na batalha de Sarandi
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
•
•
1825 — Combate de Sarandí e destroço completo de uma divisãode cavalaria brasileira, comandada pelo então coronel Bento ManuelRibeiro. Bento Manuel, marchando de Montevidéu com 1.150 homensde cavalaria de linha e de milícias, incluso o reforço que ali recebera,fez junção nas imediações de Minas com o coronel Bento Gonçalves daSilva, que comandava 354 milicianos, e seguiu rapidamente em procura EFEMéRIDES BRASILEIRAS579do general Lavalleja, chefe da revolução oriental. Na manhã de 12 deoutubro, atravessou o arroio de Castro, afluente do Ji, e foi encontrar oinimigo no lugar denominado Orqueta de Sarandí, cabeceiras do arroioSarandí, tributário da margem esquerda do Castro. O general FrutuosoRivera já se tinha reunido a Lavalleja, de sorte que os orientais puderamapresentar 2.600 homens de cavalaria, alguns atiradores a pé e uma peça.Bento Manuel, orgulhoso com as passadas vitórias, mudou de cavalos elançou-se a carga com 1.411 homens, todos de cavalaria (São Leopoldoenganou-se dizendo que tínhamos infantaria). Os esquadrões de linha,comandados pelo coronel Alencastro, romperam o centro do inimigo(coronel Manuel Oribe) e dispersaram a sua reserva (coronel LeonardoOliveira); no entanto, a nossa direita (coronel Bento Gonçalves) foirechaçada pelo general Rivera, e a esquerda, atacada também pelafrente e pelo flanco por forças superiores, ficou derrotada. No Passo deSarandí, Bento Manuel sustentou-se duas horas, até que se lhe reuniramBento Gonçalves e muitos dos dispersos; assim, com 550 homens,fizeram esses dois chefes a sua retirada, pelo Passo de Polanco do rioJi, para Santana do Livramento. Com eles seguiram o tenente-coronelBonifácio Isas Calderón e os majores Filipe Néri de Oliveira e Albanode Oliveira Bueno. Alencastro, cercado pelo inimigo, capitulou depoisde três horas de combate, ficando prisioneiro, com 36 oficiais e uns 400soldados. No dia seguinte, ainda os orientais fizeram alguns prisioneirosno Perdido (major Oliveira e 125 homens) e no Maciel (tenente-coronelPedro Pinto e um soldado). Ao todo, ficaram prisioneiros 515 homens(entre eles, 25 oficiais e 133 feridos), e, como em diferentes direções sepuderam salvar 730 homens, segue-se que os nossos mortos não devemter chegado a 200 (segundo a parte oficial de Lavalleja, foram 572). Osorientais tiveram 35 mortos e 90 feridos. Este combate e a surpresa doRincón no dia 24 de setembro obrigaram o coronel Abreu (barão doCerro Largo), que estava em Mercedes, a retroceder para a fronteira doRio Grande do Sul, ficando os revolucionários orientais de posse de todoo território de sua pátria, menos das duas praças de Montevidéu e deColônia. Entre os oficiais prisioneiros, figuravam um coronel (JoaquimAntônio de Alencastro, de 1a linha), três tenentes-coronéis (Pedro Pintode Araújo Correia, de 1a, João Marques da Silva Prates e Manuel Soaresda Silva, de milícias) e dois majores (Teodoro Burlamaqui, de 1a linha,e Antônio José de Oliveira). Nunca em combate algum, nem antes nem OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO580depois deste, sofremos tão grande perda em prisioneiros. Em 5 de marçodo ano seguinte, todos os oficiais superiores aqui mencionados, menoso major Oliveira, libertaram-se no rio Paraná, assim como muitoscapitães, subalternos, cadetes e soldados, revoltando-se contra a escoltaque os conduzia, em um barco, para Santa Fé.
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.