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   25 de outubro de 1982, segunda-feira
Assassinato de Alexandre von Baumgarten
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  
  


Procurar imagens disponíveisAlexandre von Baumgarten (1930 - 1982) foi um escritor e jornalista brasileiro, assassinado em 1982 em condições misteriosas.[1] Alexandre von Baumgarten foi agente do Serviço Nacional de Informações (SNI), o cérebro da polícia política da ditadura militar. Havia escrito o livro Yellow Cake,[2] supostamente de ficção, sobre uma operação de tráfico de urânio a partir do Brasil para o Oriente Médio. O livro foi publicado em 1985 como um encarte especial na revista Status, da Editora Três. Do manuscrito original, algumas páginas desapareceram após a morte do autor.[3] Yellowcake é um material composto de urânio, já livre de impurezas, que serve para fins de produção de energia nuclear, obtendo nesse processo entre 70 % e 80 % de urânio puro. O livro detalha a operação clandestina, executada pelo então governador Paulo Maluf[4] e por oficiais do Serviço Nacional de Informações (SNI), para contrabandear yellowcake para o Iraque. Apesar de conter elementos de ficção, a estória é inteiramente baseada em fatos verídicos.[5]MorteAlexandre von Baumgarten, a esposa Janete Hansen e o barqueiro Manoel Valente foram sequestrados na Praça XV, no Rio de Janeiro, e executados em alto mar. O corpo de Alexandre von Baumgarten foi encontrado na Praia da Macumba no Recreio dos Bandeirantes, com três tiros na cabeça e um no abdômen, no dia 25 de outubro de 1982. A esposa Janete Hansen e o barqueiro Manoel Valente desapareceram.[6] Dois corpos carbonizados, apontados como sendo de Janete Hansen e do barqueiro Manoel Valente, localizados em Teresópolis, não foram identificados pelo Instituto Médico Legal.[7] O apartamento onde Alexandre von Baumgarten morava, na Rua Paul Redfern, 20, em Ipanema, pertencia ao proprietário do Grupo Delfin, Ronald Levinsohn. Um dos expedientes usados por Ronald Levinsohn para cultivar amizades, sobretudo de jornalistas, era a cessão de apartamentos e de casas em condições especiais de financiamento e de aluguel.[8] Dois dias antes de morrer, Alexandre von Baumgarten compôs um dossiê que envolvia membros do Serviço Nacional de Informações (SNI) em um plano para assassiná-lo. O dossiê foi divulgado na Veja uma semana após a intervenção federal nas sociedades de crédito imobiliário do Grupo Delfin.[8]O ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) do Espírito Santo, Cláudio Guerra, no livro Memórias de uma Guerra Suja, revela que foi encarregado inicialmente do assassinato de Alexandre von Baumgarten.

O plano era simular uma morte natural, aplicando em Alexandre von Baumgarten uma injeção letal. A perícia, combinada, apontaria como causa da morte um infarto agudo do miocárdio.

A ordem de matar Alexandre von Baumgarten partiu da Agência Central do Serviço Nacional de Informações, em Brasília, chefiada pelo general Newton Cruz. Cláudio Guerra foi escalado para o assassinato pelos seus dois chefes diretos, o coronel Freddie Perdigão, do Serviço Nacional de Informações (SNI), e o comandante Antônio Vieira, do Centro de Informações da Marinha (CENIMAR).

Depois de duas tentativas mal sucedidas, o coronel do Exército Brasileiro Freddie Perdigão informou ao ex-delegado Cláudio Guerra que a operação seria feita por outros agentes e pelo médico Amílcar Lobo. Um informe interno do Centro de Informações do Exército, de 14 de outubro de 1982, dizia que José Brant Teixeira ("Doutor Cesar") tinha comandado uma operação do Garra, braço armado das ações clandestinas do Serviço Nacional de Informações (SNI), que resultou na morte de Alexandre von Baumgarten.[7] Alexandre von Baumgarten e a esposa Janete Hansen foram capturados na região serrana do Rio de Janeiro. Os assassinos de Alexandre von Baumgarten levaram a vítima para alto-mar. A função do médico Amílcar Lobo era fazer uma incisão no abdômen para liberar gases e evitar que o corpo boiasse, mas o corpo apareceu na praia.[9]Dossiê BaumgartenNo chamado Dossiê Baumgarten, dois oficiais do Serviço Nacional de Informações (SNI), os coronéis Ary Pereira de Carvalho e Ary de Aguiar Freire, foram acusados de terem participado da reunião em que foi decidida a morte de Alexandre von Baumgarten. A participação de oficiais do Serviço Nacional de Informações (SNI) e de Ronald Levinsohn no assassinato de Alexandre von Baumgarten nunca foi comprovada.[10]Processo contra o General Newton CruzA investigação sobre a morte de Alexandre von Baumgarten foi baseada no testemunho do bailarino Claudio Werner Polila, o Jiló. Embora sofresse de problemas visuais, Polila declarou ter presenciado o sequestro de Alexandre von Baumgarten, de sua mulher, Janete Hansen, e do barqueiro Manoel Valente.[11][12] Essa versão foi alimentada pela imprensa e pela polícia na época[7] e o General Newton Cruz foi absolvido em 1992.[13]Operação O CruzeiroO Cruzeiro, editada pelos Diários Associados, do jornalista Assis Chateaubriand, circulou de 1928 a 1975. Alexandre von Baumgarten buscou relançar o título da revista de mesmo nome para criar uma corrente de opinião pública favorável à ditadura militar.[14] Alexandre von Baumgarten adquiriu os direitos do título da revista em 1979 e possuía um contrato de publicidade com a Capemi (Caixa de Pecúlios, Pensões e Montepios Beneficente) no valor de Cr$ 12 milhões.[15] Outros anunciantes: Prefeitura de Santos em 1981 (que possuía um prefeito nomeado pela ditadura militar chamado Paulo Gomes Barbosa), Nuclebrás, Pró-álcool, Superintendência da Zona Franca de Manaus, Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Embraer, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.[16]A Capemi (Caixa de Pecúlios, Pensões e Montepios Beneficente) foi proprietária da Agropecuária Capemi, contratada pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) para extrair e comercializar toda a madeira da área que seria inundada com a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí em 1975. A represa causou desastre ambiental, causando o fenômeno da eutrofização, que é a liberação do dióxido de carbono e do metano devido à decomposição do material orgânico inundado. O contrato entre a Agropecuária Capemi e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) foi cancelado em março de 1983.[8] A Usina Hidrelétrica de Tucuruí foi construída para preparar a infraestrutura energética necessária para subsidiar o polo mineral e metalúrgico que seria instalado no Pará (Albras, Alunorte e Vale S.A.) e no Maranhão (Alumar e Alcoa) durante a ditadura militar.Yellow CakeSegundo a novela Yellow Cake,[2] de Alexandre von Baumgarten, era feita a venda ilegal de urânio extraído do Brasil para reabastecer os reatores nucleares iraquianos.[17] O Brasil vendeu 27 toneladas de yellowcake para o regime de Saddam Hussein através do Serviço Nacional de Informações (SNI), com a participação do proprietário da fábrica de material bélico Engesa, José Luiz Whitaker Ribeiro, e do então governador Paulo Maluf.[18] O yellowcake é a primeira fase de beneficiamento do urânio, fundamental para a produção do combustível das usinas nucleares, ou do plutônio, essencial para a bomba atômica, mas geralmente é utilizado em equipamentos médicos. O negócio foi confirmado em 1991, depois da Guerra do Golfo, quando inspetores da Organização das Nações Unidas descobriram o arsenal iraquiano.[19]Segundo a novela Yellow Cake,[2] o General Otávio Aguiar de Medeiros, do Serviço Nacional de Informações (SNI), foi um agente do Mossad no Brasil.[5] Pouco depois de Israel bombardear o canteiro de obras de um reator nuclear, bem como uma central de pesquisas no Iraque, na madrugada de 7 de junho de 1981, o General Otávio Aguiar de Medeiros embarcou para Paris, onde teve uma reunião com militares israelenses.[18]


Relacionamentos

Newton Cruz (n.1924)
Assassinatos
Macumba
Rio de Janeiro/RJ
  Registros (2415)

O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.

Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?



Quantos ou quais eventos são necessários para uma História?
Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.


Mary Del Priori, historiadora:

Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.

Lia Calabre, historiadora:

A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]

Quantos registros?

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:

- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).

- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.

- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.

- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.

- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.

- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.

Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.

Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.

Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.


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