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   13 de maio de 1964, quarta-feira
Início da Campanha "Ouro para o bem do Brasil"
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  


A campanha Ouro para o bem do Brasil foi uma iniciativa para arrecadação de ouro e de dinheiro, iniciada pelos Diários Associados, logo após o golpe civil-militar de 1964, por meio da qual a população brasileira podia doar seus recursos, com o objetivo de ajudar o país a arcar com sua dívida externa, equilibrando, assim, as finanças do estado brasileiro, atenuando os efeitos da inflação e valorizando a moeda nacional.

A Campanha

Elaborada pelo grupo jornalístico Diários Associados, tendo como principal nome o do jornalista Edmundo Monteiro, a campanha teve início em São Paulo no dia treze de maio de 1964, data essa escolhida para coincidir com a comemoração da Lei Áurea.

Na capital paulista o local destinado para a arrecadação era a sede dos Diários Associados. A chamada para a campanha nos órgãos de imprensa dos organizadores assim anunciava:

A Campanha “Ouro para o Bem do Brasil” será uma contribuição patriótica do povo brasileiro em todos os quadrantes da nossa amada Pátria para o Tesouro Nacional, objetivando o fortalecimento do lastro-ouro e maior valorização da nossa moeda.

Com este gesto de amor ao Brasil, estará o povo brasileiro contribuindo, com o pouco que seja, para atenuar o impacto inflacionário alistando-se, igualmente na Legião da Democracia para fazer com que a revolução atinja os seus altos objetivos.

Conclamamos a todos os patriotas e democratas a comparecerem no dia 13, as 18 horas na rua Sete de Abril, 230[...]ocasião em que serão recebidas as contribuições dos homens e mulheres democratas de nossa terra, contribuições que serão feitas com a entrega das suas alianças ou quaisquer outros objetos em ouro, recebendo os doadores a aliança ou anel-símbolo.

Havia três cofres no local para receber as doações. Um destinado ao dinheiro em espécie, outro para cheques e o terceiro para os objetos de ouro.Esse último por sua vez estava ligado a balanças para que a população pudesse ver a quantidade de ouro já recebida.

No estado paulista os doadores podiam entregar suas alianças de casamento de ouro e em troca receber uma aliança simbolo de latão com os dizeres Dei ouro para o bem do Brasil. Segundo os números oficiais foram entregues quase dois milhões de anéis símbolo.

Com as presenças do presidente do Senado Federal, o senador Auro de Moura Andrade a campanha teve início. Foi dele a primeira doação, uma aliança.

Após entregar sua oferta recebeu ele dos organizadores as chaves e os segredos dos cofres para que fossem entregues ao presidente Castelo Branco. Após as cerimonias de início, a população pode entregar seus recursos.

Apesar de ter início na capital paulista, nas semanas seguintes muitas outras cidades brasileiras aderiram à campanha.

Em São Paulo a campanha perdurou até o dia nove de julho. No estado paulista as arrecadações das cidades do interior eram todas transportadas até a capital, fato esse que fez com que o número de cofres aumentasse para quarenta e um.

Na data de encerramento uma grande celebração foi programada. Carretas transportando os cofres saíram da sede dos Associados e em comitiva se dirigiram até o porto de Santos, onde foram embarcadas no Cruzador Tamandaré com destino à Casa da Moeda no Rio de Janeiro.

Edmundo Monteiro, em discurso, afirmou que fora a campanha que mostrou que o povo paulista é dotado de um coração de ouro. Duas horas depois, foram então os cofres retirados da sede dos Associados, sendo então levados às carretas do exército.

Uma grandiosa chuva de papéis picados fora vista, provenientes dos prédios da região. As 16:00 horas a comitiva então, circulou pela cidade, passando pela praça Dom José Gaspar seguindo a rua São Luis, Praça da Republica, Barão de Itapetininga, atravessou o Viaduto do Chá e entrando pela ladeira Dr. Falcão Filho alcançou o Vale do Anhangabaú.

Ficaram os veículos sob o Viaduto do Chá, com as carretas e os cofres guardadas por forte dispositivo militar. As 9 horas do dia seguinte as carretas e os demais veículos seguiram em comboio rumo ao litoral, à cidade de Santos.

Puxando a comitiva, descendo a Serra de Santos, caminhões Scania puxavam as carretas com os cofres. No caminho se juntaram com as entidades femininas santistas que haviam colaborado com a campanha.

Ao chegar a Santos, os cofres – 41 no total – foram levados a bordo do cruzador da marinha brasileira “Tamandaré”, que junto com o contra torpedeiro “Araguaia”, o submarino “Rio Grande do Sul” e a corveta “Imperial Marinheiro”, e três helicópteros de grande porte, seriam a segurança dos recursos.

Foi programado um grandioso show, com bandas do Exército e das Policias Públicas, concertos e bailados para todos que lá estavam acompanhando. No dia seguinte, dia doze (um domingo) os recursos da redenção seguiram para seu destino final:

A Casa da Moeda no Rio de Janeiro. Antes ainda, foi preferida uma missa no mar, a bordo do cruzador “Tamandaré”.

Outras embarcações menores, de pesca ou rebocadores se juntaram ao Cruzador. Enquanto a esquadra improvisada se reunia, helicópteros jogaram pétalas de rosas sobre o navio de guerra.

As 13:00 a esquadra militar partiu em direção à cidade do Rio de Janeiro. Ao chegar em terras fluminenses os cofres foram desembarcados e levados à Casa da Moeda.

O montante arrecadado no estado de São Paulo foi de 1200 quilos de ouro e um pouco mais de dois bilhões de cruzeiros. O valor somado em todo o país não foi divulgado.

Após a entrega dos recursos no Rio de Janeiro a campanha no estado paulista chegava ao fim. Em outros estados ainda a campanha não havia terminado.

Em Manaus, por exemplo, a Ouro para o bem do Brasil teve início apenas no dia dez de agosto, tendo arrecadado um pouco mais de seis milhões de cruzeiros na cidade.



Campanha "Ouro para o bem do Brasil"
Data: 01/01/1964
Créditos/Fonte: Emribeirao.com
01/01/1964


ID: 1698


Relacionamentos

Ouro
  Registros (1322)
São Paulo/SP
  Registros (3931)
Rio de Janeiro/RJ
  Registros (2415)

O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.

Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?



Quantos ou quais eventos são necessários para uma História?
Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.


Mary Del Priori, historiadora:

Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.

Lia Calabre, historiadora:

A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]

Quantos registros?

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:

- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).

- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.

- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.

- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.

- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.

- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.

Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.

Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.

Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.


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